A EVOLUÇÃO NOSSA DE CADA DIA - Crônica Filosófica


        













           O belo de hoje...

O feio de amanhã!...

O feio de hoje...

O belo de amanhã!...

O brega de ontem...

O chique de hoje!...

Às vezes atual...

Às vezes demodê!...  (démodé)

Em um momento, símbolo de pobreza...

Em outro, verdadeira relíquia!...

De desprezível...

A valorizado!...

O outrora estimado...

Hoje desprezado!...

O sem utilidade...

Agora peça decorativa!...

“O lixo, que virou luxo!...”

É assim; agora é assim!...

Usar o reaproveitável, que já foi sinônimo de carência, é atualmente ser consciente, é usar a criatividade, é ter bom senso, responsabilidade!

Que bom que evoluímos!...

Mesclar os trajes, se tornou nova moda, agora é ser fashion! Fazer uma mistura, ou “salada” na composição visual, é mais que inovar, que ousar, é estar na moda; na ostentada moda atual!

Porém, usar sapatos vermelhos, saia lilás e blusa rosa por exemplo, já foi um verdadeiro certificado de cafonice. A hoje tão elegante composição de trajes em tecido poá em preto e branco, com sapatos vermelhos, roxos ou de cor rosa, por exemplo; nem consigo trazer à memória ter visto nas minhas infância, adolescência ou juventude!

Que bom que as coisas mudaram! E as classes mais pobres agradecem!... Assim todo mundo fica na moda (risos)!

E eu que já passei anos me torturando com o constrangimento, de por necessidade, ter me trajado de modo semelhante um dia!

Na minha carente infância, praticamente todas as panelas da minha casa, eram de ferro; uma vergonha, um completo atestado de pobreza! Pois à época, isto era motivo de críticas como – coitados, as panelas todas de ferro! – E também de sentimento de inferioridade, exprimido em reações como – a comadre quer vir almoçar com toda a família, mas ah, com essas panelas de ferro!...

A nossa vergonha só não era maior, porque as nossas panelas eram as mais bonitas... pois eram lisas e bem areadas, com areia da beira do córrego e bucha de palha de milho (risos).

Hoje a matriarca da minha família, guarda-as como se fossem um tesouro; aguardando por uma grande e longa reunião familiar, para às filhas, noras, filhos e genros cobiçosos, dividi-las. Pois além de essas mesmas panelas serem recomendadas para o preparo de alimentos, elas são belas e luxuosas peças de decoração. Como evoluímos!!!

E até pessoas de fora da família; sem nenhum direito à herança (risos), estão de olho nas nossas antigas panelas de ferro!   

 

 

OBS.: Classifiquei este texto como Crônica Filosófica, porém ele passeia também pela humorística, ou seja, ele tem ao mesmo tempo uma conotação, também de Crônica Humorística, sendo assim, cada leitor pode dar a ele a classificação que melhor lhe parecer apropriada.

 

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