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Mostrando postagens com o rótulo CONTOS

DIALOGANDO SOBRE UM GRANDE AMOR - Conto

    — Amigo! Me desculpe a hora; mas, mais uma vez; estou precisando conversar; hoje foi um daqueles dias!... E a noite está sendo uma daquelas!... Meu coração parece sangrar! Minha alma grita... se contorce dentro do meu corpo, a minha cabeça ferve... meu cérebro ao mesmo tempo que se agita... se paralisa! Essa  inconformação... essa inaceitação... me consomem! Nada me consola! Que dor amigo, que dor!... Que mal causa a perda de um grande amor!!!      — Vejo que você está realmente muito mal, mais uma vez e percebo o quanto necessita desabafar... estou a todo ouvidos, porém, desde já, quero expressar minha preocupação com esse seu constante estado morbígeno! Me desculpe, mas, de todas as palavras que eu poderia usar para nomear o que se passa com você, o que vive, essa é a que melhor cabe. Sim amigo; morbígeno é o termo que melhor retrata o meu estado; é o que define a minha condição; é o que melhor me define!      — Sabe; raro é o dia em que eu não tenho que fazer um esforço imenso p

OUTDOOR... - Conto (macroconto)

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Elôy e Rayna se conheceram e no mesmo instante se apaixonaram, viveram intensamente o que diziam ser o maior de todos os amores, daqueles que quem o assiste, jura que nunca vai acabar, que durará para sempre! E foi realmente assim, o amor jamais acabou, resistiu a tudo que precisou resistir, o que não impediu que Elôy e Rayna viessem a ser separados e se perdessem um do outro; se perderam na vida, no tempo; de tal modo que passaram a não ter notícia um do outro. Eles sofreram muito ao serem separados e o passar do tempo não amenizou aquele suplício, muito menos a intensidade daquele amor! Os responsáveis por separá-los, talvez não pensassem, não percebessem que aquele amor sobreviveria à distância, ao tempo; tampouco imaginavam que Elôy e Rayna mesmo distantes e depois de anos ainda se amassem tanto! O sofrimento de Rayna era cada vez mais intenso, pois o amava talvez ainda mais! Porém, à sua maneira... contida... inerte, amargando... o decorrer da vida!... Elôy, por bastante

O AMOR NÃO AGENDA HORÁRIO - Conto

          Era de manhã; em uma segunda-feira que seria como todas as outras; nenhum compromisso muito importante; nenhum lugar tão novo para se ir, nada praticamente, que fugisse à rotina, até os itinerários eram praticamente os mesmos; com a excessão de um determinado lugar onde Alissa tinha um horário agendado.           E de repente, naquele lugar e momento totalmente improváveis; embora não haja lugar e ou momento determinados para que o amor apareça... surge um clima de romance... Alissa, sentiu-se, não constrangida, mas surpresa, pois a situação não era apenas inesperada, contudo, inusitada!... Pois era um dia normal, de trabalho. Uma segunda-feira!... Mas o amor não agenda dia nem horário; todo ser humano é sabedor disso; porém, não há quem não se surpreenda quando ele aparece em situações tão improváveis! E Alissa ficou sobremaneira surpresa e sem ação; não se tratava de cantadas baratas, de algum tipo de importunação ou assédio; ela apenas não sabia como agir, como corresponde

SEPARADOS NÃO POR ACASO... - Conto

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        Os desencontros... a distância... o tempo... a saudade!... São meus e teus rivais Flormarinha; pensava alto, Ryener, falando para si mesmo sobre o desgosto de viver longe, de viver sem o seu grande amor. Como se estivesse frente a frente com sua amada, a que carinhosamente apelidou de Flormarinha, a junção de Flor Maria, seu nome, com minha; para não ter que dizer ao se referir a ela: Flor Maria minha, então amavelmente a chamava de Flormarinha.         Ambos, há muito dolorosamente, não por acaso se encontravam separados; impossibilitados de viver seu imenso amor e de se verem, adotaram o meio de comunicação já não mais usual, as correspondências ou cartas. Mas não como aquelas antigas cartas de amor; criaram para si uma maneira bem peculiar, para se corresponderem: cartas com apenas seus respectivos endereços e com conteúdos puramente poéticos; as respostas dadas um a outro, são sempre em forma de poesia, o que à distância melhor retrata e expressa tão grande amor.  E  partiu

VIDA FERIDA - Conto

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  Seu Euclício era um senhor de sessenta e oito anos que depois de uma vida de muitos anos repletos de felicidades e outros vários marcados por infortúnios, acabou sozinho na casa em que viveu os seus mais belos e também os mais tristes momentos de sua vida! Ele havia perdido sua filha mais velha, Euclícia, vítima de uma doença grave; sua esposa Cleira, o seu amor de toda uma vida; vítima de um mal súbito; sua segunda filha, Euclíria, em um acidente e seu filho Cleir, militar, vivia em missões pelo mundo. Assim, seu Euclício acabou só, naquela casa enorme e melancólica! Havia alguns anos que ele vivia solitário naquele casarão; para passar o tempo, dedicava-se às tarefas domésticas. Já velho, cansado e deprimido pelo vazio de tantas perdas, decidiu contratar uma senhora para lhe ajudar nos afazeres da casa e também lhe fazer companhia, lhe acompanhar às consultas e aos tratamentos médicos! Então, depois de um certo tempo procurando a dedos uma pessoa com quem se simpatizasse, encontrou

NOITES DE VAGALUMES - Conto

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               Como de costume... aquela era mais uma viagem a pé de volta para casa, após uma festa em um dos sítios vizinhos. Isso era um hábito entre os moradores daquela região; após o término de um festejo, era comum a formação de grupos de pessoas, que combinavam ir embora juntas e se divertiam tanto enquanto caminhavam no cerrado; entre plantações e pastos, que aquilo até parecia a continuação do festejo!        Naquele tempo, as pessoas pereciam conviver em maior harmonia com a natureza, a ponto de darem a impressão de que não tinham muito medo dos animais selvagens; suas maiores preocupações eram apenas com as cobras, para evitarem que alguém pisasse em alguma, contavam com lanternas e dependendo da fase da lua, a escuridão era tanta que até as luzes dos vagalumes lhes favoreciam.         Andavam tranquilamente pelo mato; iam contando casos, conversando sobre fatos ocorridos na festa e de trechos em trechos paravam para se despedir de alguns que iam ficando pelo caminho, ou se

À PROCURA DO PRÍNCIPE ENCANTADO - Conto

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Rânnea era uma bela e romântica jovem que levava ao pé da letra aquela história de se encontrar o príncipe encantado montado em um cavalo branco. E ela não ficava na janela esperando-o aparecer... ela ia ao seu encontro; vivia não só na expectativa mas nas tentativas de encontra-lo; para isso participava de todos os eventos em que envolvia cavalos; ela nem se preocupava em saber se o evento contava com a presença de homens ou de um grande número de homens, porque para ela o que indicava a possibilidade de encontrar o seu príncipe, era o fato de haver equinos, como se lhe parecesse mais fácil achar o príncipe se primeiro encontrasse cavalos; agindo de acordo com o pensava, era presença cativa em todos os acontecimentos de sua região e de outras em que os cavalos fossem presenças garantidas. E assim Rânnea ia em corridas de cavalos, em cavalgadas, em festas de rodeio e em competições de hipismo, ou seja, em tudo o que os equinos eram indispensáveis e primeiro seus olhos procuravam os c

UM AMOR PARA TODA A VIDA - Conto (macroconto)

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              Em uma cidade do estado de Goiás, duas famílias, uma goiana e outra gaúcha viviam muito próximo, eram muito amigas e seus filhos cresciam juntos. A goiana era formada pelo casal e seus quatro filhos, uma menina e três meninos; Clarissa era a mais velha.         A gaúcha era constituída por Johen, o chefe da família, Gusthara, sua mulher e seus três filhos: José Augusto, o mais velho, Gustavo, o do meio e Ana Aurora, a caçula. José Augusto ou Zezinho, como era carinhosamente chamado por todos, tinha 10 anos quando sua família chegou ao centro oeste e de imediato se apegou à Clarissa que acabara de completar seus oito anos; era linda a amizade deles e a inocência daquela relação deixava os pais de ambos completamente sossegados; pois embora se tratassem de um menino e uma menina, eram duas crianças totalmente puras.         O tempo foi passando, as crianças foram crescendo, Zezinho e Clarissa se tornaram adolescentes e descobriram que o que os unia era mais que uma amizade

O FLORICULTOR - Conto (macroconto)

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Em um determinado dia, Otácio, um belo jovem caipira de 25 anos, cansado do serviço árduo nas empreitas de roçagem de pastos que ele se via na obrigação de pegar para fazer, pois era a única maneira que ele encontrara para ganhar o seu sustento; decidiu que ia virar floricultor, mas ele não possuía terra, um pedacinho sequer. Aí lhe veio a seguinte ideia: propor a um dos fazendeiros dos quais costumava pegar pastos para roçar, uma parceria; uma troca popularmente falando; ele, Otácio, roçaria uma determinada área de pasto em troca do direito de cultivar flores em uma pequena área à beira de um córrego, entre esse córrego e a estrada que dava acesso à sede da fazenda. A vida de Otácio era muito dura, vivia com a mãe em uma casa muito simples em povoado vizinho, de onde se deslocava de bicicleta e às vezes a pé para trabalhar nas fazendas da região. E sabendo ele que para cultivar aquela plantação de flores, ele teria que trabalhar menos nas empreitas, viu-se na obrigação de segurar o po