BANDOLEIRO - Crônica Poética

















Morfeu! Morfeu!...
Exclamou Romeu!
E continuou: "sei que a gente se perdeu;"
falando a Morfeu, seu amigo canino, 
que era seu desde que era menino.
E insistindo dizia:  Morfeu, Morfeu, sou eu, 
seu amigo, venha comigo!
Morfeu não o atendeu; 
Romeu não entendeu.
Perplexo com o abandono,
questionava o amigo humano,
tamanho desapego,
tamanho desprezo!
Mas, insistindo,
falava ao amigo canino;
suplicando e listando:
— olhe os benefícios dos quais você desfruta ao viver comigo!
Dei-lhe uma nova casinha,
troquei sua caminha!
E suas roupinhas?...
E continuou o rapaz, que já era um homem:
— Como você ficará sem sua ração predileta;
os passeios dentro da cestinha da bicicleta?
O vento soprando os seus pelos na janela do carro!
Nossas brincadeiras no tapete do quarto!
Mas Morfeu não se convenceu;
Tampouco se compadeceu.
O seu novo dono, simples e sereno;
apenas o esperava se decidir.
Romeu queria mais daquele moço;
que se poupou de qualquer esforço.
Então exclamou: - E tú Morfeu!?
Morfeu, olhando-o, abanou-lhe o rabo
e virando-lhe a traseira seguiu ao que já não lhe era mais estranho;
que ainda nem lhe dera um nome,
também não lhe punha roupas, 
não lhe impunha os costumes de gente,
que o permitia ser cão como cão!
E, se lixando para a fala culta e formal de Romeu;
Morfeu atendeu o "vem titio",
daquele que escolheu para seu dono.
Saliente e feliz, caminhava e corria 
pela grama e arbustos daquele parque ambiental,
ao qual já se ambientara, 
como se fosse o quintal de casa. 




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