QUANDO A LUZ DA PAIXÃO SE APAGA... - Crônica Lírica











Quando a luz da paixão se apaga...
Mesmo o mais evidente não se encontra às claras!...
Há uma espécie de turvidez...
Que torna invisível o que e quem intencionalmente se exibe...
À espera de ser notado.
Os olhos veem, mas o coração não sente 
E se  sente o coração, os olhos ignoram!

Quando a luz da paixão se apaga... 
Passando ao largo, ou, se encontrando  próximo,
Estando de lado ou defronte,
Não se percebe, não se sente!...
E o sentimento se constrange, como se fosse gente!
E como se gente fosse, sente e se sente longe...
Distante do coração que ao seu não é alheio...
Mas, que alheio é o distanciamento que o tempo lhes impôs.

Quando a luz da paixão se apaga...
Não é necessariamente por mágoas,
Nem tampouco por algum motivo óbvio...
Apenas acaba, apenas apaga!...
Às vezes por circunstâncias
Que independem do querer dos envolvidos nela;
Às vezes porque disto, o próprio tempo se encarrega!

E a ausência desta luz, que é a chama,
Uma vez apagada, encobre, enganosamente
O que na verdade sente!
Assim se perdem, se desconhecem...
De muito íntimos, se passam por estranhos!
E como isto é estranho!...

Quando a luz da paixão se apaga...
Não bastam os esforços para reacende-la...
Depende-se do mesmo tempo que a apagou;
Para que esta seja reacesa.
Porém, o tempo por se só não se encarrega de tudo...
É um tanto quanto contraditório, meio absurdo!
Mas, ele não se encarrega de tudo.

É preciso que pela força desse sentimento...
Mesmo encoberto, pela escuridão do tempo...
Se provoque o seu reacendimento!...
Para isto basta querer
E este querer muito tem haver
Com um descontentamento,
Com um vazio, com a falta de um preenchimento,
Como se existir fosse algo meio vago!...
Um vácuo!...
Ou, vazio, propriamente dito!
Quando a luz da paixão se apaga...
O interior fica vago e a alma, vaga!...

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