INTACTA? - Crônica filosófica


Perdoe-me, mas não estou intacta!...
Meus ossos estão inteiros, mas estou quebrada!
Ou seria quebrantada?!
Tenho brilho próprio, mas me sinto ofuscada!

Perdoe-me, mas não estou intacta!...
Estou juntando os cacos...
Colando os meus pedaços...
Preciso correr e escorrego.
Ficar de pé, ter fé...
Ela não falha, mas falho!
Tento alçar vôo, mas estou sem asas!...
Fazer meu ninho, mas não encontro casa.
Cantar, mas meu canto é mudo!...
Gritar, mas os ouvidos parecem surdos!...
Sorrir, mas de que, de quem, para quem?!
Os dias são nublados!... Os semblantes fechados!
Ora se sente muito frio, ora muito calor, porém, não o humano!
Para quem não merece, açoites, para quem os merece, se passa pano!...

Perdoe-me, mas não me sinto intacta!...
Quando não choro o meu próprio choro;
Choro o choro alheio!...
A humanidade sofre, o mundo está feio!
Quem pode, não o faz mais bonito,
Pouco se importa com o outro, com quem padece, com o que está aflito!
Quem ama chora;
Chora porque ama,
Por quem ama 
E faz chorar a quem se ama!
Quem explica?!
Quanta coisa esquisita!!!

Perdoe-me, mas não estou intacta!...
Esse mundo me impacta...
Às vezes mais, às vezes menos
E não é para menos!...
A quem consegue seguir...
Se sentindo ileso...
Parabéns!...
Deve ser extraterreno!...

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