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CONTRASTES... - Poema

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S e maltratam os teus pés, os teus belos saltos altos; Muito já foram maltratados, os meus pés descalços! Enquanto isso é por tua opção; A mim, foi o que me impôs, minha condição. Se vestires-te de chita, é celebração de festa junina; Eram de chita os meus trajes... desde menina! Se viveres em uma bela casa antiga, te faz sentir demodê... (démodé) Na minha infância era quase moda, o meu rancho de sapê! Enquanto te deprime um final de semana na roça; De lá eu pouco saía E na cidade logo se sabia, De onde eu vinha; Pois nela chegava de carroça. A tua dieta à base de ovo caipira... Lá eu já fazia, Era o que no campo, mais se comia. Não invejo a foto no porta retrato, abraçada à boneca tua... Pois eu também tenho uma... segurando nos braços a minha irmã caçula! Se te gabas de tua lareira... Cresci à beira de fogão a lenha, em volta de fogueira. Até parece desafio de repentista E olhe, nem sou piadista... Poderia ser o roteiro de um monólogo... Mas não sou nenhuma artista!... Apenas obse

CARTA DE ÍSSIS PARA AMER - Crônica Lírica

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A  tua ausência me importuna... m ais do que qualquer presença indesejável! O silencio da tua voz me ensurdece... como se fosse o mais perturbador dos ruídos; Pois se não a ouço... pareço perder o tino! E se de fato existisse... seria esse, o pior destino!... Pois sem consciência,  perderia também a ciência,  da dor que sinto! E ela é o que me faz sentir próxima de ti; o de mais forte e profundo... mesmo que seja, a pior de todas as posses do mundo; além das lembranças  que me torturam, como duras sentenças; só não mais do que a tua ausência. E quase que tão forte e cruel quanto a dor... apenas as saudades e sinto-me, como se faltasse-me uma metade! Se assim, por mais tempo eu continuar a viver... seria como se em todos os instantes eu voltasse a te perder! Triste castigo... seria comigo; se assim proceder!       Com muito amor;       com intensa dor;       de coração ferido;       rogando que não me tenhas esquecido!...       Daquela que por tua ausência:       o tempo parou...      

RELATOS DE AMOR... - Crônica Poética

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Uma frase de amor... Quem nunca ouviu? Ou viu, Alguém dizer?... Todos já ouvimos, Ou  vimos. Amor... Quanto já sentimos... Já vivemos! Os que não sentem... Parece que pressentem, Que vão sentir; Viver; Pois estão sempre à espera!... Ah! E quem dera, Se cada um encontrasse e vivesse o seu... Reencontrasse o que se perdeu! Que aquele amor da infância, Com o tempo não tivesse perdido a importância. Que aquelas antigas cartinhas recebidas na escola, Hoje encontradas jogadas em uma sacola, À época motivos de eufóricos sorrisos... Agora não fossem apenas causas de debochados risos!  Ah! Quem dera! Quem dera, Que toda beleza do amor... Fosse permanente; Que nenhum findasse em dor... Que fosse para sempre! Muitos amores são... Outros, lamentavelmente não. Alguns parecem pássaros silvestres... Selvagens... Surgem como que do nada E voam, desaparecem. Quem fica... Tenta olhar ao longe... Todavia, sente-se em meio a uma revoada. (névoa) Ah! Mas os amores vividos... Fazem com que os mortais sintam

O QUE FAZ PULSAR UM CORAÇÃO... - Poema

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Um amor... Com perfume de flor... Um beijo, com muito ardor... Alívio para uma dor!... Uma paixão,  Com plena emoção... Bálsamo para a desilusão... Ânimo para o próprio coração! Dádivas... Ao invés de lágrimas, Aconchego, Nos momentos de desassossego. Encantos... Ou nem tanto, Contanto; Que cesse o pranto. Caminhos Sem espinhos, Cheios de carinho, Aquecendo a alma, de quem já se viu sozinho. Alegrias... Euforias... Nuances de poesias... Compensação dos dias, De melancolias!... E no sentir: veracidade. No viver: cumplicidade. No agir: reciprocidade. Na vida: felicidade!

REENCONTRO MARCADO - Poema

Tragas o teu lenço… Pois levarei o meu lençol!... Melhor seria uma toalha! E não cabe disfarce… Cisco no olho; poalha!... (poeira) Minhas lágrimas, Não digo estarem guardadas, Pois a muito… Vem sendo derramadas! ━━━━━━━━ ✤ ━━━━━━━━ Há muito o que conversar E não pouco o que chorar! Parece cruel… Mas levarei o meu lençol!... Prepare o teu lenço E que não seja de papel!... ━━━━━━━━ ✤ ━━━━━━━━ Chegue cedo, Pois tenho medo; De ficar à espera!... E se deveras… Anseia ver-me; Saibas… Anseio ver-te! ━━━━━━━━ ✤ ━━━━━━━━ Tragas o teu lenço… Pois levarei o meu lençol! O pranto será intenso E não como um canto de rouxinol!... Prantos… Ausência de cantos… Frutos… De vários recontros!... (brigas, desavenças)

VIDA FERIDA - Conto

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  Seu Euclício era um senhor de sessenta e oito anos que depois de uma vida de muitos anos repletos de felicidades e outros vários marcados por infortúnios, acabou sozinho na casa em que viveu os seus mais belos e também os mais tristes momentos de sua vida! Ele havia perdido sua filha mais velha, Euclícia, vítima de uma doença grave; sua esposa Cleira, o seu amor de toda uma vida; vítima de um mal súbito; sua segunda filha, Euclíria, em um acidente e seu filho Cleir, militar, vivia em missões pelo mundo. Assim, seu Euclício acabou só, naquela casa enorme e melancólica! Havia alguns anos que ele vivia solitário naquele casarão; para passar o tempo, dedicava-se às tarefas domésticas. Já velho, cansado e deprimido pelo vazio de tantas perdas, decidiu contratar uma senhora para lhe ajudar nos afazeres da casa e também lhe fazer companhia, lhe acompanhar às consultas e aos tratamentos médicos! Então, depois de um certo tempo procurando a dedos uma pessoa com quem se simpatizasse, encontrou

A TUA IMAGEM... - Poema

A tua imagem, de minha memória... Salta... do meu consciente, Para o tempo presente!... E eu te sinto, crendo que tu me sentes... Como se o abstrato fosse palpável!... •·•·•·•·•·•·•·•·•·••·•·•·•·•·•·•·•·•·• Na sensação que me trouxe, Esta loucura doce... Aproveito o ensejo, Invento do meu desejo E eu te sinto... afável!... •·•·•·•·•·•·•·•·•·••·•·•·•·•·•·•·•·•·• Porém, de repente A realidade Me invade; Dos meus sonhos, Arranca as asas... O meu ser se aflige, Meu interior queima... Como se estivesse em brasas!... •·•·•·•·•·•·•·•·•·••·•·•·•·•·•·•·•·•·• Não gostando do gosto... Do desgosto que sinto; Minha vida, Vira... Meu paladar; Que remete-me, Ao absinto!... 

NO FRESCOR DA MANHÃ - Crônica Lírica

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          No frescor daquela manhã!... Coração leve!... Nenhuma expectativa além daquelas já tidas!...  Tudo naquele dia, parecia previsível... convicção breve!... Sim; pois foi desfeita em instantes, ao deparar-me com uma situação, jamais por mim vivida antes... gestos insinuantes!...           E o coração que era leve; pesou... diante do fator surpresa, que me travou! Ah! O que fazer com a realização do sonho que não se sonhou?... Como se abrir para um amor que ainda não se despertou?...           Que atrevida foi a vida!... Surpreendeu-me no que eu mais quisera!... E quem me dera... de novo ser surpreendida!...           Ah! Mas o sonho acabou; como se ofendido... à francesa se retirou!...             E o que resta-me é uma saudade... que parece maldade; que ao invés de amenizar, cresce com o passar da idade!           Ah! Como seria voltar àquela manhã?... Quantas manhãs eu já vivi e nenhuma semelhante àquela!... Tudo que os meus olhos viram e os meus ouvidos ouviram; fixou-se em

NOITES DE VAGALUMES - Conto

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               Como de costume... aquela era mais uma viagem a pé de volta para casa, após uma festa em um dos sítios vizinhos. Isso era um hábito entre os moradores daquela região; após o término de um festejo, era comum a formação de grupos de pessoas, que combinavam ir embora juntas e se divertiam tanto enquanto caminhavam no cerrado; entre plantações e pastos, que aquilo até parecia a continuação do festejo!        Naquele tempo, as pessoas pereciam conviver em maior harmonia com a natureza, a ponto de darem a impressão de que não tinham muito medo dos animais selvagens; suas maiores preocupações eram apenas com as cobras, para evitarem que alguém pisasse em alguma, contavam com lanternas e dependendo da fase da lua, a escuridão era tanta que até as luzes dos vagalumes lhes favoreciam.         Andavam tranquilamente pelo mato; iam contando casos, conversando sobre fatos ocorridos na festa e de trechos em trechos paravam para se despedir de alguns que iam ficando pelo caminho, ou se

OS ABISMOS DAS EMOÇÕES... - Poema

Canta-se uma canção: E chora!... Ouve-se uma canção: Chora!... Sente-se saudades: Chora!... Acaba-se com a saudade: Chora!... Despede-se: Chora!... Reencontra-se: Chora!... Vai-se embora: Chora!... Volta: Chora!... Casa-se: Chora!... Separa-se: Chora!... Se briga: Chora!... Faz-se as pazes: Chora!... Alegra-se: Chora!... Sente-se triste: Chora! Chora-se por ser infeliz. Chora-se de felicidade! Chora-se quando está vindo à vida. Chora-se quando está de partida dela! O que dizer do choro... Do pranto!... Seria um coro?... (coral) Certamente; Mais em comum entre os humanos... Do que o canto!